Entenda porque a InPlanet está investindo no Intemperismo Acelerado de Rochas no Brasil
Foi em uma viagem de carro pelas vastas terras agrícolas do Brasil que o COO da InPlanet, Niklas Kluger, e o CEO, Felix Harteneck, tiveram a visão de fundar a InPlanet. Niklas havia estudado várias técnicas de remoção de carbono durante seu mestrado e adquirido experiência agrícola em reflorestamento e restauração do solo enquanto trabalhava com agricultores no Brasil. O Intemperismo Acelerado de Rochas atraiu seu interesse devido aos excelentes co-benefícios e condições no Brasil. Ao mesmo tempo, Felix entendeu o apelo econômico por trás da tecnologia e percebeu que o intemperismo de rochas poderia ser expandido a larga escala, trazendo grandes benefícios para o nosso planeta. Coletivamente, eles foram inspirados por seu potencial de revolucionar a agricultura sustentável e combater as mudanças climáticas. Eles decidiram fundar a InPlanet e estabelecer a primeira empresa de intemperismo de rochas no Brasil em agosto de 2022.
Esses são alguns dos muitos motivos que tornam o Brasil um ambiente particularmente promissor para a expansão do Intemperismo Acelerado de Rochas para a Remoção de Dióxido de Carbono, ao mesmo tempo em que proporciona profundos benefícios agrícolas.
O clima
Há dois fatores climáticos essenciais que aceleram a remoção do dióxido de carbono por meio do intemperismo das rochas: chuva e calor. A abundância de chuvas é fundamental, pois a dissolução de minerais requer água. Além disso, as temperaturas elevadas aceleram a taxa de dissolução, levando a uma remoção mais rápida do dióxido de carbono.
Portanto, o clima do Brasil cria o ambiente perfeito para o intemperismo de rochas, com taxas de remoção de carbono mais de dez vezes maiores do que as de regiões temperadas como a Europa ou os EUA. Os mapas abaixo mostram como o Brasil está numa localização ideal, com elevadas temperaturas médias anuais e precipitação.
Escalabilidade
Disponibilidade de terras agrícolas
Uma das principais vantagens do Intemperismo Acelerado de Rochas em comparação com outras tecnologias de remoção de carbono é que ele não requer um uso adicional de terras para a implementação. Aplicamos o pó de rocha diretamente em terras agrícolas existentes - e é nesse ponto que o Brasil se destaca.
Lembra-se da viagem dos nossos fundadores pelo interior do Brasil? Se você tiver a oportunidade de explorar o Brasil além das principais cidades, como São Paulo e Rio, verá que poderá viajar por horas admirando a vasta vegetação de soja, cana-de-açúcar, café e outras culturas. Essa abundância de terras agrícolas, que cobrem 33% do território do país, oferece grandes oportunidades para a aplicação do intemperismo de rocha.
O Brasil está entre os cinco maiores produtores agrícolas do mundo, com uma área de terra agrícola quase duas vezes maior do que a disponível em toda a Europa, o que representa um enorme potencial para a InPlanet ampliar seus projetos de intemperismo de rochas.
Pó de Rocha disponível
Além de vastas terras agrícolas para aplicar nossos produtos, a abundância de pó de rocha de alta qualidade é o principal componente para implementar e expandir os projetos de intemperismo de rochas.
Os setores de mineração e pedreiras no Brasil produzem grandes quantidades de pó de rocha como subproduto das suas operações. A InPlanet reutiliza esse pó de rocha para remover carbono, contribuindo para uma economia circular.
A melhor parte é que o Brasil tem um grande setor de mineração que é capaz de fornecer grandes quantidades de matéria-prima para ampliar os projetos de intemperismo de rochas e contribuir significativamente para as metas climáticas até 2050.
Isso significa que, no Brasil, não precisamos estabelecer novas minas para produção de pó de rocha; já temos pó de rocha disponível em uma rede de minas em todo o país, com milhões de toneladas já em estoque.
Com uma grande extensão de terra e a abundância de pó de rocha disponível, nosso trabalho no Brasil é extremamente escalável, abrindo oportunidades únicas para iniciativas significativas de remoção de dióxido de carbono.
Pesquisa de ponta e regulamentação
O Brasil foi pioneiro na pesquisa acadêmica que explora os benefícios do pó de rocha desde a década de 1950. Um movimento de cientistas chamado movimentoRochagem vem estudando e promovendo o uso de fertilizantes naturais de pó de rocha (chamados de "remineralizadores") desde então. O Brasil também sediou cinco conferências internacionais sobre pó de rocha em 2022 e tem uma voz presente no setor por meio da Associação Brasileira dos Produtores de Remineralizadores de Solos e Fertilizantes Naturais(ABREFEN). O resultado dos esforços do movimento rochagem foi o estabelecimento de uma base legal para a certificação de pó de rocha na agricultura ("remineralizadores"), que vai além da incorporação de pó de rocha em regulamentações genéricas de emendas vistas em outros lugares do mundo.
Co-benefícios onde eles são mais necessários
Os solos tropicais foram perdendo os seus nutrientes devido às condições climáticas intensas que enfrentam há milhões de anos. Consequentemente, a aplicação de fertilizantes tem se tornado cada vez mais comum, afetando a acidez dos solos e exigindo ainda mais matéria-prima química para aumentar o pH - uma prática que tem um alto preço financeiro e ambiental.
Além disso, os fertilizantes químicos podem contribuir para a perda de minerais no solo, tornando as fazendas mais dependentes de aplicações ainda maiores de fertilizantes, o que cria um ciclo vicioso de aumento do uso de fertilizantes e degradação do solo. O pó de rocha está tratando a fonte do problema, liberando naturalmente os minerais nos solos e restaurando a saúde da terra.
É importante observar que o Brasil alimenta cerca de 10% da população mundial. Restaurar a saúde dos solos no Brasil significa melhorar a qualidade nutricional dos produtos que serão exportados para todo o mundo. Portanto, o combate à degradação do solo em regiões tropicais não é apenas crucial para a agricultura local, mas também para a segurança alimentar global.
Potencial de remoção
Após uma minuciosa investigação e análise adaptada às condições exclusivas do Brasil, os cientistas da InPlanet determinaram que o Intemperismo de Rochas tem o potencial de abater 100% das Contribuições Nacionalmente Determinadas do Brasil. Enquanto o mundo continua em um esforço para reduzir as emissões, a expansão global do Intemperismo Acelerado de Rochas pode contribuir para a remoção de 0,5 a 4 Gt extra deCO2, representando entre 20 e 100% dos requisitos globais de remoção de carbono até 2050.
Conclusão
Nesse contexto, o Brasil se apresenta como líder global em Intemperismo Acelerado de Rochas, tornando o país um ambiente atraente para o mercado de remoção de carbono. A combinação do clima, o potencial de escalabilidade e a regulamentação disponível oferece uma oportunidade sem precedentes para reduzir os níveis deCO2 atmosférico.
A InPlanet continua a expandir suas operações pelos trópicos e conta com uma equipe dedicada espalhada por todo o mundo, dos EUA à China, Europa, Caribe e, é claro, Brasil, todos unidos na missão de criar um planeta habitável para nós e para as futuras gerações. Estamos unindo o mundo para resolver essa crise global. Você também pode fazer parte dessa missão, aproveitando o poder do Intemperismo Acelerado de Rochas e contribuindo para um planeta mais verde e saudável.
Referências
Beerling et al., 2020. Potential for large-scale CO2 removal via enhanced rock weathering with croplands. Nature, 583(7815): 242-248.10.1038/s41586-020-2448-9
Brantley, S. L., Shaughnessy, A., Lebedeva, M. I., and Balashov, V. N. (2023). How temperature-dependent silicate weathering acts as Earth’s geological thermostat. Science 379, 382–389. doi: 10.1126/science.add2922.
Dessert, C., Dupré, B., Gaillardet, J., François, L. M., & Allègre, C. J. (2003). Basalt weathering laws and the impact of basalt weathering on the global carbon cycle. Chemical Geology, 202(3–4), 257–273. https://doi.org/10.1016/j.chemgeo.2002.10.001
Hersbach, H., Bell, B., Berrisford, P., Biavati, G., Horányi, A., Muñoz Sabater, J., Nicolas, J., Peubey, C., Radu, R., Rozum, I., Schepers, D., Simmons, A., Soci, C., Dee, D., Thépaut, J-N. (2023): ERA5 monthly averaged data on single levels from 1940 to present. Copernicus Climate Change Service (C3S) Climate Data Store (CDS), DOI: 10.24381/cds.f17050d7 (Accessed on 09-05-2024)
Souza et al., 2020. Reconstructing Three Decades of Land Use and Land Cover Changes in Brazilian Biomes with Landsat Archive and Earth Engine – Remote Sensing, Volume 12, Issue 17, 10.3390/rs12172735
Taylor, L., Quirk, J., Thorley, R. et al. Enhanced weathering strategies for stabilizing climate and averting ocean acidification. Nature Clim Change 6, 402–406 (2016). https://doi.org/10.1038/nclimate2882
Autoria de:
Mapas por:
