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Reflexões da estrada: GreenBiz 25 mostra que a sustentabilidade não pode mais ser uma atividade secundária

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O primeiro dia do GreenBiz 25 já terminou, desde as revoluções na cadeia de suprimentos até o papel da IA na sustentabilidade, uma coisa é clara: os negócios como sempre não serão mais suficientes. Com o pano de fundo de uma economia global em rápida mudança e da crise climática, líderes de sustentabilidade, formuladores de políticas e executivos corporativos se reuniram para discutir como promover mudanças reais, e não apenas marcar as caixas de ESG. O tema recorrente? Precisamos de ação radical, não de progresso incremental. Aqui estão algumas de minhas principais conclusões do GreenBiz 25insights que moldarão a forma como as empresas abordarão a sustentabilidade em 2025 e nos anos seguintes.

1. A era do incrementalismo chegou ao fim: é hora de agir com ousadia

Muitos profissionais de sustentabilidade admitiram que se sentem presos em um ciclo de "fazer menos mal" em vez de promover uma transformação real. Joel Makower, presidente e cofundador do GreenBiz Group, compartilhou:

"Vou ser franco - até mesmo os líderes nesta sala estão sendo agressivamente incrementais. Estamos fazendo muitos pequenos ajustes, mas isso não é suficiente. Os desafios que temos pela frente exigem uma transformação em escala e velocidade que nunca tentamos antes."

A sustentabilidade não se trata mais apenas de reduzir as pegadas de carbono. Trata-se de reconstruir setores, cadeias de suprimentos e economias para que sejam realmente regenerativos. E isso significa repensar os modelos de negócios, não apenas otimizá-los. O desafio? Conseguir a adesão da liderança. Vários palestrantes enfatizaram a necessidade de levar os executivos a sair de suas zonas de conforto para garantir um investimento real em sustentabilidade. Joel continuou compartilhando:

"Precisamos otimizar para causar impacto e atingir metas cada vez maiores. Precisamos nos concentrar no valor comercial, não na virtude comercial."

2. Cadeias de suprimentos: o próximo campo de batalha da sustentabilidade

O caminho para o zero líquido passa por relacionamentos com fornecedores, materiais regenerativos e transparência de dados. Mas as empresas ainda enfrentam a resistência de fornecedores hesitantes em se adaptar. Jill Dumain, ex-diretora de estratégia ambiental da Patagonia, sócia da Fractal CSOs, observou:

"A inovação começa no nível do fornecedor. Você precisa estar no local, reunindo-se com os fornecedores, desafiando-os e trabalhando juntos em soluções. Se algo parecer impossível, pergunte "e se?" e insista até encontrar uma solução."

Um momento de destaque foi a estratégia da Reformation de ignorar totalmente o algodão convencional, provando que estabelecer um alto padrão de sustentabilidade desde o primeiro dia pode ser uma vantagem competitiva. Kathleen Talbot, CSO e vice-presidente de operações, explicou:

"Nossa marca foi fundada com a sustentabilidade em sua essência, por isso nunca adquirimos algodão convencional. O desafio agora é ir além: aproveitar o blockchain, a rastreabilidade e os novos materiais para criar a próxima onda de impacto."

Isso sinaliza uma mudança de mentalidade: em vez de simplesmente perguntar: "Como podemos tornar isso mais sustentável?", as empresas deveriam perguntar: "Como podemos repensar completamente como isso é feito?"

3. A sustentabilidade não é mais uma atividade secundária, é um imperativo comercial

Vários palestrantes reforçaram que o movimento de sustentabilidade está em um ponto de inflexão. Não se trata mais apenas de ética, mas de sobrevivência econômica. As empresas bem-sucedidas serão aquelas que tratarem a sustentabilidade como um fator de crescimento e inovação, e não apenas como um requisito de conformidade. Caitlin Leibert, vice-presidente de sustentabilidade da Whole Foods, observou:

"Se quiser progredir em escala, você realmente precisa fazer suas apostas e seguir a todo vapor. A sustentabilidade não é mais uma iniciativa paralela; ela é fundamental para a estratégia de negócios."

4. O envolvimento de consumidores e funcionários não é negociável

Se as empresas quiserem que as iniciativas de sustentabilidade perdurem, elas precisam conquistar o coração e a mente dos funcionários e dos consumidores. Contar histórias foi um tema recorrente: as empresas que conseguirem conectar a sustentabilidade ao impacto no mundo real de forma convincente ganharão confiança e lealdade. Van Riker, líder de engajamento da Microsoft, compartilhou:

"Precisamos deixar de lado as mensagens de desgraça e tristeza. Os consumidores, especialmente a Geração Z, querem se sentir capacitados, não desesperados. A sustentabilidade deve ser posicionada como um movimento empolgante, não como um fardo."

Além disso, Tulane Montgomery, CEO da New Profit, observou:

"A sustentabilidade precisa ser irresistível, mesmo para os céticos. Temos que encontrar maneiras de tornar as escolhas sustentáveis a opção fácil e padrão."

O segredo? Tornar a sustentabilidade tangível. As pessoas não agirão de acordo com o compromisso de zero líquido de uma empresa, mas agirão se puderem ver como uma única escolha de produto, investimento ou iniciativa faz a diferença.

5. O futuro é colaborativo: ninguém pode resolver isso sozinho

Talvez a maior lição do GreenBiz 25 tenha sido a ênfase na colaboração. As empresas que estão fazendo os maiores avanços não estão competindo em sustentabilidade; elas estão fazendo parcerias para compartilhar conhecimento e aumentar o impacto. As coalizões de todo o setor, as parcerias público-privadas e a inovação intersetorial serão as forças motrizes do progresso da sustentabilidade em 2025. Caitlin Leibert elaborou:

"Nenhuma empresa 'vencerá' a crise climática. Precisamos sair de nossos silos e reconhecer que nosso impacto coletivo é muito maior do que os esforços individuais."

Considerações finais: o calor está ligado

O desafio que temos pela frente é enorme, mas o potencial de impacto também é. As empresas que se inclinarem para uma transformação ousada irão prosperar. Aquelas que hesitarem serão deixadas para trás.

E com isso, nos preparamos para o segundo dia e para mais conclusões importantes da GreenBiz. Um brinde a mais percepções, mais ações e mais impulso em direção a um futuro sustentável.